terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Os Governos adoram as Clinicas Populares

O que é uma Clinica Popular?


Poderíamos dizer que é um lugar que atende “populares”?


Ou que pratica preços “populares”


Mas gente, que palavra é esta “populares” que todas as esferas de Governos adoram quando estão relacionadas aos serviços de saúde?


São muitas perguntas, mas a etimologia da palavra não vem ao caso, na verdade a resposta é uma só, é um lugar que pratica preços aviltantes, baixos, módicos, menores que a tabela mínima estipulada pelas comissões de classe que estudam de forma fundamentada, para definirem valores mínimos de referencia para profissionais que na sua maioria possuem baixa capacidade de entendimento administrativo-financeiro. 


Exemplifico na minha área, a Odontologia, para ser mais claro: Um paciente vai a uma Clinica Popular e realiza uma exodontia (no linguajar popular: “arrancar um dente”) por R$ 15,00(isso mesmo, quinze reais!!!!!!!!, na CBHPO o valor é R$ 115,00), pasmem, não é a manicure, nem o açougueiro, encanador, eletricista... é um Cirurgião Dentista Bacharel formado e registrado no CRO do seu Estado, praticando “legalmente” a profissão. O exemplo se encaixa em outras profissões da saúde que com suas características também praticam preços muito abaixo dos preconizados pelas comissões de cada categoria.


Onde entra o Governo sejam eles municipais, estaduais ou federal? Com valores sub-valorizados ao extremo, o paciente/usuário desiste da fila de espera, ou do serviço inexistente em sua região, que acontece pela inoperância do Estado, assim sendo, o(a) paciente se encaminha para estes serviços populares oferecidos a população em geral, às vezes resolve o problema de saúde, mas também às vezes arruma mais problema pra ele, pois, as iatrogênicas são parceiras nos preços populares, não por que o profissional é ruim, mas por outros motivos que abordarei em outro texto. Esse é um aspecto deste circulo vicioso, existem outros, que incluem as responsabilidades trabalhistas do dono da clinica (será que cumprem?), os materiais usados nos atendimentos clínicos, água, luz, telefone, impostos, aluguel... Não sei também como se consegue o equilíbrio financeiro nessas Clinicas com esses preços...(Sonegação de impostos, reutilização de materiais, escravidão... Não sei responder, e nem vou levantar falso testemunho desta magica!!!


Tudo isso se transforma para o poder publico em uma opção muito melhor, obviamente, uma clinica publica, patrocinada pelo município, estado, ou federação ou todos juntos como são alguns Programas Governamentais custam para o erário publico as mesmas despesas (as vezes mais, fiquei sabendo um boato que “muito raramente”, existem desvios e desperdícios de dinheiro publico nestes serviços) de uma particular, mas a "Clinica Popular" - ou seja de baixo preço - arrecada impostos, alem de pagar água, luz, telefone, encargos que por sua vez também tem impostos embutidos, para o Estado isso é um meio arrecadador e não gastador, investir em saúde é segundo, terceiro, quarto plano no setor publico. 


Alem de ser uma ótima fonte de emprego para ASB’s e TSB’s, pois todas tem seus acordos coletivos que determinam o piso das categorias, com seus benefícios e tudo. Já o CD não tem isso geralmente, salvo alguns Estados que tem Sindicatos realmente preocupados com o mínimo que estes profissionais de nível superior devem receber em seus salários. O que acontece na realidade é uma exploração da mão de obra do Cirurgião Dentista que recebe porcentagem, esquece ferias, decimo terceiro, FGTS, encargos, direitos trabalhistas... Esse tema é pra outra conversa.


Sendo assim quem ganha com as Clinicas Populares é bem evidente... Agora, quem perde? Ah isso é muito simples de responder, quem perde é o Cirurgião Dentista, aquele abnegado comprometido com a biosegurança e com os aspectos éticos da Odontologia. 


Pra essa bagunça toda, tem fiscal? Cadê?


Gustavo Moreira de Oliveira - Por enquanto Cirurgião Dentista de profissão

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

JOAQUIM BARBOSA, O MENSALÃO E A MENTIRA TEM PERNA CURTA.

Posted by Arthurius Maximus on dezembro 21st, 2011
O ministro Joaquim Barbosa é bem conhecido dos brasileiros. Elevado ao grau de celebridade ao humilhar publicamente o então presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, em uma das mais polêmicas audiências do tribunal. Sem papas na língua, Joaquim Barbosa disse a Mendes o que muitos brasileiros queriam dizer a respeito da arrogância e da magnânima atuação de Gilmar Mendes (sempre para o lado dos poderosos) envolvendo casos de corrupção. (Não lembra? Leia aqui)
Agora, o ministro volta às manchetes jogando mais uma vez no ventilador ao desmascarar o descarado complô que é ensaiado pelos ministros do STF (a maioria indicada pelo PT) para causar a prescrição dos crimes do Mensalão; transformando em uma enorme pizza mal cheirosa o processo que poderia ser um marco na moralização da política nacional e destruiria boa parte da cúpula petista, ao colocá-la atrás das grades.
Tudo começou com uma entrevista “em banho-maria” do Ricardo Lewandowski, revisor do caso. Nessa entrevista, Lewandowski deixou escapar que o processo caminhava para a prescrição porque não haveria tempo hábil para julgá-lo. Afinal de contas, o ministro Joaquim Barbosa havia tido uma série de problemas de saúde e atrasara a entrega do seu relatório sobre o caso.
Com a celeuma levantada pela imprensa, o presidente do STF – ministro Cezar Peluso – quis fazer “uma média” com a opinião pública e dar um ar de legitimidade ao complô que se anunciava. Mandou redigir um ofício instando Joaquim Barbosa a acelerar o processo e enviar os autos para análise dos seus colegas o mais rápido possível.
Malandro… Cem anos de Lapa… E frequentador do Bar Luiz… O ministro Joaquim Barbosa sentiu que era preparado um cenário para culpá-lo pela prescrição do processo e tornar palatável para a opinião pública o desastre da impunidade dos canalhas mensaleiros. Como homem que honra seu posto e de coragem de sobra, Joaquim Barbosa pegou a “perna de anão” que lhe entregaram – embrulhada para presente – jogou-a para o alto e acertou em cheio o ventilador só STF.
Com uma declaração bombástica, desmascarou todo o esquema armado para levar o processo à prescrição e inocentar a corja que se apoderou do país. Disse: “Os autos, há mais de quatro anos, estão integralmente digitalizados e disponíveis eletronicamente na base de dados do Supremo Tribunal Federal, cuja senha de acesso é fornecida diretamente pelo secretário de Tecnologia da Informação, autoridade subordinada ao presidente da Corte, mediante simples requerimento".
Ou seja, mostrou com todas as palavras que os ministros ignoraram o processo até agora simplesmente por preguiça ou por pura vontade de deixá-lo prescrever, garantindo a absolvição do pessoal. Joaquim Barbosa ainda critica “na lata” a falácia de que está “atrasado” com o processo: "Com efeito, cuidava-se inicialmente de 40 acusados de alta qualificação sob os prismas social/econômico/político, defendidos pelos mais importantes criminalistas do país, alguns deles ostentando em seus currículos a condição de ex-ocupantes de cargos de altíssimo relevo na estrutura do Estado brasileiro, e com amplo acesso à alta direção dos meios de comunicação". Continua: “Estamos diante de uma ação de natureza penal de dimensões inéditas na História desta Corte".
Não satisfeito em desmascarar o claro acerto que há para que o processo prescreva Barbosa ainda mostrou que “atrasados são os outros”. O processo do Mensalão tem 40 acusados, defendidos pelos mais caros advogados do país, todos ocupantes de cargos de grande poder no Estado Brasileiro. O processo tem mais de 49 mil páginas; 233 volumes e 495 apensos. Os réus indicaram mais de 650 testemunhas de todo Brasil e até de outros países. Mesmo diante de todo esse trabalho, o ministro Joaquim Barbosa manteve o trâmite normal de trabalho no STF e ainda julgou inúmeras causas nesse período. Enquanto isso, seus colegas, com ações envolvendo dois ou três acusados e que foram iniciadas na mesma época; ainda sequer foram concluídas.(*)
Mais uma vez, “matou a cobra e mostrou o pau”. Sem pudores e sem medo, Joaquim Barbosa expõe claramente quem está comprometido com os interesses dos corruptos e busca desculpas para justificar o injustificável.
Diante de tudo isso, pelo menos para mim, fica a ideia da quase certeza em relação à prescrição do caso. Nem é preciso lembrar que um dos ministros indicados por Lula, o ministro Dias Tófolli, foi colocado ali “sob medida” para esse processo. Pois, para quem não se lembra, ele foi advogado de defesa de José Dirceu.
Pelo menos, se tudo der errado, teremos visto a coragem e o desprendimento do ministro Joaquim Barbosa dar um tapa na cara dos que tentavam imputar-lhe a culpa pela prescrição. Se o processo acabar por prescrever e não condenar ninguém; o desfecho terá sido por vontade dos ministros, sendo necessário que eles arrumem outra desculpa esfarrapada para justificar a cara-de-pau.
É como minha velha mãe dizia: “Mentira tem perna curta”.
E você leitor, o que pensa disso?
**********
(*) As declarações do ministro e os números referentes ao processo do Mensalão foram retiradosdaqui.